Este Blog é um relato das ex-alunas da Escola Normal de Conselheiro Mata, Diamantina. Um projeto fantástico de Educação Integral, de Helena Antipoff, uma educadora russa que veio para o Brasil e fundou aqui 2 Escolas Modelo, uma em Conselheiro Mata, Diamantina, e outra na Fazenda do Rosário, Ibirité. As escolas funcionaram por várias décadas e foram fechadas quando o Estado encerrou o sistema de internato, em 2006.
CONSELHEIRO MATA
GRANDE D. LICOTA
Aula prática de Culinária
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GRANDE D. LICOTA
GRANDE D. LICOTA
A cozinha da D. Licota me lembra uma das Festas de Aniversário da Escola de Conselheiro Mata. Dependendo do setor de aulas práticas que você estivesse naquela semana...o bicho ia pegar. Felizmente eu não estava no Clube Artístico de D. Lourdes Moura, pior, eu era da Equipe da Cozinha. D. Lourdes reuniu as turmas e delegou as funções, sobrou pra mim a sobremesa do almoço da festa. Fazer pudim pra 120 alunas, um monte de professores e convidados. Não deu outra, comecei a chorar. D. Lourdes disse:
- "Eu quero uma sobremesa doce, não salgada de lágrimas, deixa pra chorar depois da festa." Como não chorar? Como fazer mais de 10 pudins, sem formas, sem forno, sem geladeira, sem liquidificador, tudo feito na hora, do nada... Corri para o colo da D. Licota, a cozinheira do fogão a lenha, com aqueles seus panelões enormes que só ela sabia manobrar. D. Licota era magrela, bem alta, impecável, com aquelas roupas longas e brancas. Ela disse:
- "Não conta pra ninguém, mas eu vou ajudar você".
Naquela época as frituras eram feitas com gordura de côco, que vinha numa lata redonda e alta do tamanho de um queijo de Minas. Fizemos os pudins à tarde, na véspera da festa. Depois do jantar, ela colocou as latinhas sobre o fogão ainda quente, cobriu com uma enorme folha de zinco, jogou as brasas do fogão por cima e manteve o fogo baixo até tarde da noite. De manhã os pudins estavam cozidos e dourados. Soube depois que foi a própria D. Lourdes quem pediu a ela pra me ajudar. Dividi com ela a nota 10 e os elogios que ganhei pela sobremesa. Grande D. Licota! Essa era a D. Lourdes Moura.
- "Eu quero uma sobremesa doce, não salgada de lágrimas, deixa pra chorar depois da festa." Como não chorar? Como fazer mais de 10 pudins, sem formas, sem forno, sem geladeira, sem liquidificador, tudo feito na hora, do nada... Corri para o colo da D. Licota, a cozinheira do fogão a lenha, com aqueles seus panelões enormes que só ela sabia manobrar. D. Licota era magrela, bem alta, impecável, com aquelas roupas longas e brancas. Ela disse:
- "Não conta pra ninguém, mas eu vou ajudar você".
Naquela época as frituras eram feitas com gordura de côco, que vinha numa lata redonda e alta do tamanho de um queijo de Minas. Fizemos os pudins à tarde, na véspera da festa. Depois do jantar, ela colocou as latinhas sobre o fogão ainda quente, cobriu com uma enorme folha de zinco, jogou as brasas do fogão por cima e manteve o fogo baixo até tarde da noite. De manhã os pudins estavam cozidos e dourados. Soube depois que foi a própria D. Lourdes quem pediu a ela pra me ajudar. Dividi com ela a nota 10 e os elogios que ganhei pela sobremesa. Grande D. Licota! Essa era a D. Lourdes Moura.
PROFESSOR MOACIR
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PROFESSOR MOACIR
PROFESSOR MOACIR
A semana de Aulas Práticas na Horta era cansativa apenas para aquelas alunas que pegavam na enxada pra valer, por gostarem ou para garantir a nota em Agricultura. Mas, acima de tudo, a semana na Horta era muito divertida, simplesmente pela presença do Professor Moacir. Cenoura crua, tomates, tudo rolava como uma merenda. A nota 10 em Prática era fácil de tirar, as teóricas também. O professor Moacir já era uma piada e gostava de contá-las. Baixinho, magrinho, cabelos pretos, pintados, quase careca, apesar de seus 40 anos, o bigodinho, tipo Hitler, andava sempre com pressa a passos curtos e rápidos. Nunca se soube que ele namorasse as alunas, parecia mesmo um solteirão convicto. Era misterioso, até que em uma das férias, nós, da turma de Baldim, fomos visitá-lo em sua casa, em Divinópolis. Não tinha segredos, morava com a mãe, ficamos hospedadas em sua casa. Minha mãe foi junto, que naquela época, moça de família não viajava sozinha, muito menos pra visitar um rapaz solteiro. Fizemos um belo passeio na cidade, vimos a corrida do ferro gusa numa siderúrgica... Professor Moacir Gomes, gente muito boa!
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