CONSELHEIRO MATA

CONSELHEIRO MATA
ESCOLA NORMAL DE CONSELHEIRO MATA

ESCOLA FUNCIONAL

 O Galpão da Escola
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AS ATIVIDADES PRÁTICAS
O Galpão da Escola era usado para mil e uma utilidades, tanto para aulas quanto para festas. Havia no currículo um rodízio de atividades no turno da manhã e da tarde e o produto final era apresentado na Exposição dos Trabalhos no final da quinzena. Estas atividades eram de trabalhos manuais, artesanato em geral, avaliadas como matéria e com direito a nota de desempenho no boletim. Pintura, Desenho, Modelagem, Encadernação, Cestaria, Bordado, Tapeçaria, Teatro, Cenário, Carpintaria, Funilaria, Enfermagem, Culinária, Jardinagem, Horticultura, Fruticultura, etc. Falar de cada uma delas é um capítulo, á parte. As aulas teóricas na sala de aula eram postas em prática em todas as matérias. O Projeto da Escola era algo nunca visto em nenhuma Escola na época, não era simplesmente uma escola profissionalizante, era um projeto de vida mesmo.

O REFEITÓRIO


 O Refeitório da Escola
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HORA DO RANGO
O Refeitório é o mesmo de anos atrás, as janelas perderam o verniz, mas as cadeiras são novas. As mesas não ficavam cobertas á noite, depois do jantar, sempre rolava um pingue-pongue até bater o sino para o estudo da noite ou subir ao dormitório. 
Eram 12 mesas com 10 lugares cada uma, em cada uma delas sentava um professor. Era um sistema de rodízio em que todas as alunas passavam pela mesa de todos os professores. A mesa mais divertida era do Professor Moacir, ele contava piadas e a gente tinha que segurar o riso pra ninguém desconfiar que era piada, mas ele mesmo dava aquela risada mostando aquele dentão de ouro dele. Na mesa da D.Lourdes Moura imperava a etiqueta, cotovelos na mesa, nem pensar. A D.Pedrosa era um terror, brava que só, qualquer assunto virava bronca, mas em compensação, a mesa da D.Mirtes era uma esculhambação geral, podia tudo, até falar de boca cheia, que nem ela fazia. Agora, sentar á mesa da D.Lidimanha, impecável, era como ser a convidada do comandante do navio. Reparando bem, os arranjos de mesa e teto não foram feitos no Clube Artístico da D.Lourdes Moura, mas as florzinhas da serra estão lindas. E, na parede, ao fundo, é uma TV, não é aquele rádio que não pegava nada, só as ondas curtas. Quando pegava um rock ou um twist, as mesas eram afastadas, o volume do radio no máximo e ganhavamos a noite, que durava pouco, ou o radio começava a estourar, perdia a onda ou o sino acabava com a farra. Intão, cadê o sino sobre a cadeira da D.Lidimanha, que soava após o jantar, pedindo silêncio para a leitura do Diário. Ah... o Diário é um capítulo à parte. Não vejo o lampião de gás, pendurado no teto, e as lamparinas que fazíamos na forjinha, onde foram parar? Elas devem estar jogadas em alguma caixa debaixo da escada do dormitório, onde a D.Lourdes Moura sempre pegava a gente estudando, de madrugada, na véspera das provas, com as lamparinas de querosene acesas.
 O refeitório não ficaria completo sem falarmos dos almoços festivos., aquelas travessas enormes, todas enfeitadas, o arroz colorido de beterraba, de espinafre, as saladas, valendo nota pra turma da Culinária da semana.Tudo sob o comando da D.Licota, no panelão do fogão a lenha, da D. Conceição Cunha, no cardápio, na teoria da sala de aula, e a D.Tereza, na arte final dos pratos, competência total. E, bom apetite não faltava. Bons tempos aqueles...